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A Rubem Berta é minha nova Brigadeiro!

13 de maio de 2018.

Cada texto começa de um jeito! Nesse, o “quarteto”, um grupo de amigos que ganhei com as corridas de rua, estaria reunido depois de um longo e tenebroso intervalo de treinos: meu, porque eu entrei num loop monstro de trabalho (que ainda não sai rs) que me faz usar cada segundo disponível fora da “firma” para dormir; o do Robinho por preguiça mesmo (que ele não me leia… ); o da Paty B… Aliás, ela é a parte da metade do quarteto que não teve intervalo, ao contrário, está treinando mais do que nunca, emagrecendo nitidamente a cada mês, um orgulho! E o do Roberto, ah é, o Roberto também não teve intervalo, foi a outra metade bem fitness do grupo, bem incomodativos eles, aliás rs.

Ok, aceito o desafio para “correr por alguém”, pelo Graac, demos sorte de termos podido voltar juntos…

“Essa é a sua volta, Flávia?”, me perguntou uma amiga deles minutos antes da largada… “Bom, Dani, não sei se isso é uma volta…”, pensei comigo, repensei, mais uma vez e, numa fração de segundos, depois que calculei que poderia ser, foi inevitável considerar que eu poderia ter voltado de leve, poderia voltar caminhando, etc, mas foi nada menos que a Rubem Berta! A Rubem Berta: minha nova Brigadeiro! Eita subida interminável, eita sobe e desce do inferno (pronto, acabou a meiguice).

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Fui a essa prova sem saber o percurso (se eu soubesse que era a Rubem Berta…), o horário da largada, tão pouco se eu teria fôlego para completar 10km ou se o meu joelho daria conta, aliás, de novo, disso eu tinha quase muita certeza: que eu não deveria ir porque meu joelho não dava bons sinais há algumas semanas!

Eu só tinha a certeza que eu queria voltar, “voltar às pistas” para a redação ficar bonita, certeza que minha cabeça precisava que eu voltasse (ok, minhas calças jeans também diziam que eu já deveria ter voltado há tempos…), que minha capacidade cardiovascular, digo, que meu stress só não tinha me feito refém ultimamente porque meu coração dava conta do recado: já estava calejado (calma, isso não virará um post de sofrência!) de tantas idas e vindas de subidas e descidas para acelerar ou desacelerar pace, por tudo isso eu senti na pele (além das calças jeans rs) os benefícios reais da corrida!

A corrida, o mais coletivo dos esportes individuais, me fez feliz por me ter nas ruas, de novo, domingo passado!

Largamos! “Boa prova, boa prova”, dissemos uns aos outros, e seguimos cada um no seu ritmo, cada um na sua forma, cada um por um motivo, com o objetivo comum! Ajudar para correr, correr para ajudar!

Eu fui no meu ritmo, com a minha cabeça preparada para caminhar se precisasse (ahã, #sqn, sorry, não trabalhamos com desistências), com uma expectativa lá no alto de completar o percurso, com o joelho que logo começou a acordar no km 2. Aí o pensamento voa!

Pensei em tudo: no trabalho, nas viagens que foram e nas que estão por vir, no quase Natal que estamos (ah, o tempo…), nos próximos feriados, na vontade e necessidade de relax, no dia das mães, no meu pai que estava fazendo sua anual romaria (agradecer sempre!), nas crianças do GRAAC (no rostinho do William que nos desejava boa prova na largada), em amigas que moram longe mas que estão sempre perto, nos carinhos em forma de palavras (lê-se: cartões postais, que temos o hábito de trocar entre as meninas), no mundo doido em que vivemos (onde o bom-senso, repito incansavelmente, virou artigo de luxo), nos casamentos que ainda estão por vir (operação madrinha à vista), pensei também onde entramos e do que fugimos, do que faz rir e do que faz aprender, em coisa minha e coisa de amiga minha rs (preparando a sessão de terapia da semana: minha e delas haaha), pensando nesse texto aqui, em muita coisa mesmo, eram os pensamentos mais diversos: ordenados ou não, a cada km uma tentativa, uma perseverança, um gostinho de “quero mais”, uma bronca de “nem vem joelho, ainda faltam x km”, do quadril que resolveu lembrar que estava lá, tudo isso intercalado comigo mesma tentando adivinhar o motivo que fizera cada qual que estava ali correndo acordar tão cedo e o que se passava em cada cabeça (tá fácil) naqueles quilômetros que, óbvio, para muitos eram muito menos desafiadores que foram para mim, e que para outros eram o “iron man” daquela manhã.

Com o Garmin quebrado, usei um aplicativo de marcar distância que ia me dizendo quanto eu já tinha feito, quanto faltava, meu ritmo, informações que foram me deixando feliz ao ver meu pace baixando (mesmo com a Rubem Berta subindo), e eu suando! Como era bom suar por isso de novo!

Dos 8 para os 9km, não que eu estivesse cansada rs, mas tenho para mim que erraram a distância da marcação dos quilômetros, inventaram ali um retorno que não deveria ter, alô organização da prova! #caradepau

Peguei uma água, geladaaaaaaa, lembrei da minha mãe que já ficaria brava se eu a tomasse rs, molhei pulsos e nuca, tomei o restinho que já estava só frio e segui ao pórtico de chegada!

Encontrei o Ale, a Claudia, o Waldemar, pessoas queridas que o acaso nos juntou naquela manhã, mesmo que para um papo rápido!

E o quarteto? O quarteto estava preocupado achando que eu tivesse sido recolhida pelo ônibus dos retardatários, que eu estava no SAMU ou caída por aí! Que nada!

“Andou na Rubem Berta, Flá?”, me desafiou o Robinho, o que logo me fez pensar na Dona Teresinha… Ela mesma, aquela senhorinha que me ultrapassou subindo – bem! – a Brigadeiro na fatídica e adorável São Silvestre de uns anos atrás…

“Ah, Robinho, e eu lá acordei hoje às 4h50 pra subir a RB andando?”, falei, com risada e orgulho ímpares, e uma pitada de imensurável audácia, admito, respondendo a um cara que deve ter feito 5 min/km de pace médio (porque ele está sem treinar heim) rs

Correr por alguém, por mim, por um motivo nobre ou pelo pão na chapa pós-prova (ok, pão com mortadela, chocolate quente, omelete…), correr com amigos, com vontade de “vamos? Vamos!”, pela saúde dos que hoje não podem, então, estavam aqui, lá, junto, fisicamente ou em pensamento torcendo por nós!

Correr: o verbo individual mais coletivo do mundo!

Semana que vem acho que tem mais!

Um beijo, Flávia B

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