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04/07/2024 (quinta-feira)
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SP City – 21km

Cada um tem o seu próprio motivo para começar a correr, e nem sempre é ele que te mantém na corrida.

Eu já disse aqui que comecei correr para emagrecer, como eu não consegui rs, tive que achar outro motivo para continuar correndo…

Já tive dúvidas sobre continuar correndo, sobre o tempo que eu levo para completar as provas, sobre as distâncias que eu corro, mas tudo isso acabou no último domingo.

Eu corro porque eu gosto, porque eu sou outra pessoa quando eu treino, e porque eu até posso fazer terapia, mas sem a corrida, não ia adiantar nada.

Todo mundo que corre sabe que a corrida não começa na largada, e dependendo da distância, ela começa muito antes… Meses antes.

Posso dizer que esses meus 21km começaram no meio do ano passado.

Em novembro de 2017, quando eu fiz a inscrição, meus motivos nada tinham a ver com a corrida propriamente dita, e posso dizer que de novembro até o último domingo, tudo que podia dar errado, deu!

A última vez que eu me senti do jeito que eu estou me sentindo agora, foi quando eu terminei a meia de Porto Alegre, mas infelizmente aquilo não durou muito e eu simplesmente parei de treinar na segunda-feira mesmo, logo depois da corrida.

Mas como nem tudo é como o planejado, a trilogia inscrição, treino e prova não podia ter sido mais difícil do que realmente foi rs.

Em novembro, já existia uma bagunça tomando conta de mim… Não ia ser fácil de qualquer jeito, mas precisava ser do jeito que foi?

Combinei comigo mesmo que os meus treinos começariam depois do carnaval. Essa parte eu cumpri!

Cumpri tão bem, e com tanto empenho, que encontrei uma lesão.

Na verdade eu causei a lesão. Causei a lesão quando comecei a treinar sem critério, quando sai correndo para tentar arrumar outras coisas.

Isso me causou frustração, medo, vontade de desistir de tudo e principalmente mais bagunça.

Tive que lidar com tudo isso mais uma ansiedade que não cabia em mim e fazer o tratamento com muita disciplina, e ai vem outra coisa, até a minha disciplina, que eu sempre achei que fosse uma qualidade, passou a ser um defeito.

Como eu fui contando aqui no blog, tive alta do médico, da fisioterapia, e peguei uma gripe que eu não pegava há muito tempo.

Eu podia treinar, mas simplesmente não tinha força para sair da cama.

Se fosse fácil não teria graça rs.

Uma semana antes de correr os 18km, eu não consegui fazer um treino completo de 3 saídas de 4km por 2 minutos de descanso. Faltou fôlego!

Cheguei para os 18km com a certeza que eu não deveria estar lá, e para ajudar, ainda estava com gripe e com uma tosse alérgica, que pelo menos sabemos que não era alergia da corrida rs (piada interna).

Partindo da matemática simples de quem corre 18km corre 21km, eu tinha certeza absoluta que não correria os 21km quando eu cai no choro no final dos 18km.

Foi um choro libertador eu confesso, um pouco de alívio e muita frustração.

Eu tive que andar em 18km de  uma prova praticamente plana, como eu ia correr 21km em uma prova mais difícil como a SP City?

Pensei muito em desistir, em simplesmente não ir, mas eu sabia que no fundo essa não era uma opção.

Entre os 18km e os 21km, corri 10km da Série Delta e só. Nada de treino, nada de trote.

Estava com medo de me machucar, com medo de me cansar.

Domingo de manhã, nos encontramos, todos ansiosos, pela primeira meia, pela maratona, pelo treino que só ia acabar alguns kms depois da linha chegada…

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Largou e saímos para correr com o dia amanhecendo, eu e o Dori, no trote da tartaruga manca, enquanto o dia amanhecia com umas luzes lindas nos meios dos prédios do elevado.

O Dori dividiu a corrida em etapas, e cada etapa concluída, a gente comemorava.

A primeira etapa foi o minhocão, depois o centro velho, a subida da 23 de maio e os túneis.

Quando passamos pela Ipiranga com a São João, tinha um grupo musical animando os corredores, e a música que eles tocavam na hora, me fez pensar em muitas coisas: “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz… “

Essa música ficou grudada na minha cabeça, e na Dori também, como eu descobri depois.

A partir do 15km eu corri mais com o coração do que com qualquer outra coisa.

Eu tinha fôlego, muito, tanto que a gente conversou, mas era a única coisa rs.

Eu sentia muita dor da cintura para baixo, não dor da lesão, dor do cansaço, da falta de treino, e eu sabia que uma caminhada ali, era literalmente um caminho sem volta.

Se eu andasse, eu não voltaria a correr mais, e eu não queria isso.

A partir desse momento, eu fiquei vigiando o meu relógio e as placas dos kms da corrida, fazendo conta do tempo e da distância que faltava para terminar.

Quando vimos a placa do 19km, bateu um alívio, era entrar no túnel e sair praticamente na chegada. Só tinha um problema: o túnel.

Eu sofri tanto nesse túnel da última vez, e olha que eu estava bem melhor do que agora, que a lembrança que eu tinha é que ele não acabava mais.

Eles fizeram algumas mudanças nesse trecho, o túnel continuou o mesmo rs, mas tinham uns ventiladores no começo e um DJ para animar no final, sem contar o Dori do meu lado, que fez o túnel ficar muito fácil e menos traumático dessa vez.

Passando o túnel, nosso último desafio, eu senti que a corrida tinha acabado, e que principalmente eu tinha conseguido.

Quando eu passei na linha de chegada eu chorei abraçada no Dori novamente.

Eu me senti, e ainda me sinto, como fazia muito tempo que eu não me sentia: Feliz!

E aqui fica meu agradecimento novamente ao Dorival, você foi essencial tanto nos 18km e principalmente nos 21km. Se não fosse você eu não teria conseguido!

A gente foi devagar, mas não andamos em nenhum momento.

Eu sofri tanto, de tantas maneiras e formas diferentes desde o meio do ano passado, mas essa corrida parece que levou tudo embora.

Ela tinha uma carga muito grande, mas cumpriu com o seu papel direitinho, levando todas as coisas ruins embora.

Diferente das outras vezes, eu não estou na ressaca dos 21km, eu quero voltar a treinar o mais rápido possível, mas eu quero fazer tudo direitinho dessa vez, primeiro porque as coisas estão se ajeitando, e segundo porque os próximos #21kmvemnimim já estão me esperando em novembro dessa ano.

Quanta diferença de um novembro para o outro, quando diferença de um meio de ano para o outro rs.

Beijos
Paty B

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Paty B
Corredora amadora, viajante semi profissional.

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