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Correndo Acima das Nuvens – A Muralha Percurso UP (Parte 1)

Me perguntaram uma vez em quanto tempo eu correria uma maratona, na época eu não tinha a resposta.

Agora posso responder. Demorei 4 meses, 22 dias, 5 horas, 16 minutos e 31 segundos.

Correr uma maratona demanda tempo, dedicação e planejamento.

A minha maratona começou dia 28/03/2018!

Neste dia eu procurei pelo Thiago Bedim, pedindo a ajuda dele para cumprir uma meta. Ele me perguntou qual seria a meta e se eu estava recuperado das minhas lesões que adquiri treinando sem orientação. Disse que estava bem e informei a ele que iria correr A Muralha 42km com 12km de subida ininterrupta, ele então me respondeu “Eita!! Agora vc subiu o nível!!!” (rss).

Na nossa conversa fui bem transparente e disse a ele que no local da lesão que tive na panturrilha não sentia mais dor, mas sentia um incomodo que desaparecia depois que o corpo estava aquecido. Então ele me disse que poderia ser uma fibrose (ao invés de criar novas fibras musculares cria-se uma cicatriz no local da lesão).

Recebi as primeiras planilhas de treino para uma semana (comecei então a subir A Muralha). Início empolgante cumprindo a planilha à risca sem faltar um dia.

Eu estava inscrito para correr a maratona de São Paulo, mas o preparo físico ainda não era suficiente.

Acordamos então aproveitar a prova e rodar apenas 10 km, neste dia acompanhei a Paty e o Beto até o retorno no km 4. Eles retornaram para concluir os 8km da prova e eu segui em frente.

Assim que completei os 10km sai da prova e voltei para casa de ônibus e sem medalha rs.

Montei meu calendário de provas para discutir com o Thiago, e o calendário foi aprovado.

Resolvi então ir até Visconde de Mauá para conhecer a região onde seria realizada A Muralha.

Quando comecei a subir aquela serra de carro já cansei e pensei comigo mesmo, “Onde fui me enfiar!!”

Mas relaxei e aproveitei o final de semana com minha esposa Simone, uma região linda cercada pela natureza.

Seguiram então os treinos, foi quando descobri que para uma sequência de treinos mais pesada eu ainda sentia o incômodo na panturrilha. Decidi então procurar tratamento especializado, foi quando a Simone me indicou a fisioterapeuta Gisele Kuba. Iniciei sessões semanais de fisioterapia, liberação miofascial e acupuntura (a Gisele é 3 em 1 fisioterapeuta, massoterapeuta e acupunturista).

Então chegou o dia da 1ª prova do calendário 10 milhas de SP (16 km), percebi então os primeiros resultados dos treinos com um pace bem abaixo do que eu estava acostumado, nesse dia a Simone me acompanhou e correu 8km.

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Mas aí veio a primeira complicação depois da prova a imunidade caiu e peguei uma gripe muito forte e no domingo seguinte tinha a Asics Golden Run 21 km. Passei a semana toda sem nenhum treino somente me recuperando da gripe.

Chegou então o domingo seguinte, lá fui eu ainda um pouco debilitado correr os 21km, nesse dia a meta era concluir no tempo que desse. Mantive um pace confortável e conclui a prova com uma performance muito inferior à da semana anterior. Mas segui o plano, pois o objetivo era A Muralha e eu sabia que ainda faltava um longo caminho.

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Na semana seguinte não corri para me recuperar 100% da gripe e não ter recaída, com isso o planejamento para o objetivo final estava sendo impactado perdemos quase um mês até a recuperação total.

As sessões de liberação miofascial seguiam e eram bem doloridas. Afinal a Gisele estava ali para soltar a musculatura que ficava presa durante os treinos e quebrar a fibrose para gerar novas fibras musculares no lugar.

A evolução com os treinos era perceptível e a próxima prova era a meia maratona do Pico do Jaraguá, eu estava bem empolgado porque seria um belo teste para saber como me comportaria na montanha.

Então o fantasma da lesão novamente surgiu, em um treino intervalado senti novamente a mesma panturrilha. Entrei em desespero outra vez dois meses antes da prova, procurei um ortopedista que examinou e me orientou a continuar treinando que não parecia ser nada grave.

Novamente parei os treinos de corrida por quase um mês então somamos 1,5 meses improdutivos por problemas de saúde e lesão.

Para a minha sorte a greve dos caminhoneiros me ajudou, pois, a prova do Pico do Jaraguá foi adiada devido a greve.

Tive então uma conversa com o treinador sobre prazos e volume de treinos para saber se ainda tínhamos tempo para atingir o objetivo. Decidimos seguir o plano por mais algumas semanas e avaliar se seria possível ou não terminar a preparação para a prova alvo. Duas semanas depois eu estava recuperado e treinando bem, decidi então seguir adiante em busca do sonho.

O mês de julho foi um mês bastante pesado, pois, tive provas todos os finais de semana inclusive a do Pico que foi adiada. Isso desestabilizou também em outras áreas da minha vida, não era fácil conciliar treinos, família e trabalho.

Circuito das Estações: A Simone foi comigo mas ela correu 5km e eu 16km na companhia do Dorival. Mas encontrei a Si concluindo os 5km e concluímos praticamente juntos.

Athenas: Eu deveria rodar um total de 25km em um percurso de 18km. Fiquei dando voltas e observando a Paty que estava sofrendo muito naquele dia. A Si nesse dia ficou bastante irritada, porque ela correu 6km e teve que ficar um tempão me esperando depois (mas ela sabe que ela é o amor da minha vida).

Meia Maratona do Pico do Jaraguá: Fui dessa vez sozinho para o pico do Jaraguá em um sábado gelado de noite, foi a prova mais dura de todas, 3 voltas para completar os 21km com 3,5km descendo e 3,5km subindo com uma altimetria de 1.100 metros. Neste dia senti muita dor na lombar parecia que eu tinha tomado uma surra somente naquela região. Mas missão cumprida e sai de certa forma mais confiante, pois enfrentei quase a mesma distância de subidas que eu teria na A Muralha.

Chegou então a ultima prova no período de treino SP City Marathon, me inscrevi para correr 21km. Foi bem legal e organizada começando no Pacaembú e terminando no Joquey Club perto de casa.

O treinador para me ajudar incluiu 7km adicionais para esse dia, então eu tinha que cumprir 28km. Assim que terminei a prova peguei a medalha tomei um daquele shakes que eles dão cheios de fibras e segui correndo para casa para concluir os 7km adicionais.

Mas para meu desconforto o shake não caiu bem e mexeu com meu intestino. Imaginem depois de correr 21km seguir por mais 7km com dor de barriga, no meio do caminho peguei um uber e fui para casa antes que desse caca.

Após o episódio cômico e desesperador da SP City fui para meu último treino paulada antes da maratona uma rodagem de 3h30 a maior distância possível entre 28km e 32km. Acordei atrasado para treinar e consegui fazer somente 28km em 3h11, precisei parar para cumprir com outros compromissos.

No dia seguinte o Thiago me chamou no Whatsapp e perguntou “E aí? Está vivo?”, respondi que estava muito bem e que já faziam algumas semanas que não sentia as dores tardias pós-treino. Ele então respondeu “Ta aí, pronto!!”, neste momento adquiri a confiança necessária e entendi que estava pronto para correr a maratona.

O próximo passo então seria o sonho chamado A Muralha.

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