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02/07/2024 (terça-feira)
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Desafio 28 Praias – Trecho 4 – Costa Norte

Era uma vez uma prova chamada Desafio 28 Praias, e uma menina que até novembro de 2018 tinha medo de correr provas trail, porque se achava muito nutella…

Alguns meses depois…

A verdade é que eu achei que nunca seria capaz de correr o Desafio, porque desde que descobri essa prova, todos os relatos sempre tinham palavras como difícil, dura, pesada, limite…

Palavras como linda, bem organizada e faria outra vez, também apareciam, mas eu não focava nelas.

Tudo tem o seu tempo para acontecer.

Se eu tivesse me jogada nessa prova ano passado, a percepção seria outra, principalmente na primeira etapa.

Ano passado eu teria escrito um texto sobre desistir e não sobre como eu consegui. Certamente não teria me inscrito nas outras duas etapas também.

Três Desafios, três conquistas, 3 medalhas, tudo isso só para dizer que foi uma das melhores coisas que aconteceu esse ano.

Todos dizem que a Costa Norte é a mais difícil, mas, como na Costa Central, eu cheguei nela achando que nada podia ser pior do que a Costa Sul, e eu estava certa!

Éramos 6 meninas (na verdade mulheres muito fortes) para fazer um revezamento que podia ser dividido em no máximo 5 trechos.

Problema dado, solução encontrada!

Como falamos o tempo todo, éramos um trio de 6.

Nos dividimos em dois trios femininos, e decidimos correr em duplas, cada trecho: Carol e Alzira, Mary e Faby, Kelly e eu, nosso trio de 6.

Nosso trio de 6

Além de nos, tínhamos ainda um trio masculino dos meninos de Limeira, e o pessoal que foi de solo nos 21km.

Como eu disse semana passada, os loucos se identificam, com certeza se atraem e sem sombra de dúvidas se divertem muito mais, principalmente se existe a possibilidade de perrengues, e sem dúvidas, quando a gente se junta, o perrengue é garantido!

Amanheceu chovendo no sábado da prova, e quando eu encontrei com a Val no café da manhã perguntei na brincadeira “o que a gente faz quando amanhece chovendo?” a resposta: “se enfia no meio do mato” (Bonete feelings!)

Sorte é que a chuva foi só para assustar a gente, e aparentemente só na pousada.

O que ajudou muito foi o tempo. Não choveu e estava nublado, ou seja, ótimo para corridas.

Nessa etapa o percurso total é de 42km.

Monitoramento dos amigos pelo whatsapp, acompanhamento de perto das passagens pelos PCs das trocas dos que estavam revezando.

A estratégia do nosso grupo é sempre a mesma: diversão antes de tudo. As vezes alguma coisa dá errado e a gente até consegue pódio rs.

Chegamos no nosso PC bem cedo.

Conseguimos cadeiras para esperar as meninas e ficamos acompanhando o pessoal chegando.

Encontramos amigos, torcemos por desconhecidos, e a preocupação começou bater.

As meninas (Mary e Faby) estavam demorando muito para chegar, mas os relatos que de quem chegava, era que o trecho estava muito difícil mesmo.

Sem contar as pessoas comentando que o trecho que iríamos correr estava demorando em torno de 5 horas.

Quando eu ouvi isso, confesso que um frio percorreu a minha espinha.

Nosso trecho era de 12,8km, e ouvir 5 horas me fez lembrar dos 15km da Costa Sul, e por mais que eu tenha enfrentado aquele desafio, não estava preparada para passar por aquilo novamente, pelo menos não naquele momento.

Quando eu recebi o áudio da Faby falando que elas estavam bem, mas que estava bem difícil mesmo, eu fiquei mais tranquila, e voltei a falar novamente rs.

Eu gosto de fazer provas de revezamento, ma confesso que a espera me causa muita ansiedade, mas faz parte da diversão.

A Tatá que estava com gente, de apoio rs, resolveu correr até a ponta da praia para encontrar as meninas, e acompanhá-las até a troca.

Um apoio desses bicho!

Nesse momento eu e a Kelly aproveitamos para dividir um lanche, porque a nossa última refeição tinha sido o café da manhã, e já eram 14:00hs.

Nesse momento chega a Faby, sem a Mary.

Eu era do trio da Faby, ela disse que a Mary estava bem, que estava vindo com o fecha trilha (meu amigo do coração) e a Tatá, que tinha passado por uns perrengues mas estava inteira.

A Kelly me mandava ir, começar o meu trecho, mas eu queria ficar esperar a Mary chegar, e a gente tinha um acordo de correr em duplas.

Fiquei meio sem saber o que fazer, a adrenalina + ansiedade, meus pensamentos a milhão, e na dúvida comecei correr, porque sabia que a Kelly me alcançaria com facilidade.

Corri uns 50 metros, parei e voltei; na minha cabeça estava errado sair sozinha, eu sabia que eu tinha que ficar!

Voltei e esperei a Mary com as meninas, e foi emocionante a chegada dela.

Eu lembrei de como foi importante ter as meninas me esperando na primeira etapa, e tive certeza que eu fiz a coisa certa quando decidi esperar a Mary cruzar o pórtico da troca.

Sem dúvidas, a corrida é um esporte coletivo…

Larguei com a Kelly, e as 5 horas não saiam da minha cabeça.

Começamos por um trecho curto de areia bem fofa e logo atravessamos um riozinho, chegando numa trilha bem fácil que estava meio molhada.

Começamos subir uma estradinha, e mais ou menos no final, tinha um staff com uma garrafa de café.

Partindo do principio de que o não a gente já tem, pedimos um pouco de café, e ele nos deu. Foi ótimo! Obrigada seu João.

Fomos juntas conversando e nos divertindo nas trilhas e principalmente na areia fofa.

Paramos pelo menos 2 vezes para tirar a areia de dentro do tênis.

Vimos um casamento na praia, e interrompemos uma pelada que estava no meio do nosso percurso.

Subimos por cordas, descemos de rapel, e chegamos em um ponto onde inicialmente atravessaríamos de barco, mas como a maré estava baixa, tínhamos a opção de ir andando, com água até o peito.

Deixei a decisão com a Kelly, poque eu sei que mar e travessias deixam ela ansiosa. Ela decidiu não pegar o barco.

Fomos. Ela na minha frente, mas sempre ao alcance das minhas mãos, e rapidinho estávamos do outro lado.

Passei grande parte do tempo de olho no garmim, fazendo contas: kms percorridos x tempo em cada km.

As 5 horas não saiam da minha cabeça.

Quando terminamos em 2:48, fiquei bem mais feliz, e aliviada do que eu esperava.

Nosso trecho no geral foi bem tranquilo.

Linhas de chegada são sempre emocionantes, mas de provas como essa, são ainda mais.

Medalhas em mãos, fotos, estórias, superação, e tudo o que gente mais quer é tomar banho, trocar de roupa e comer rs.

Para quem achou que nunca faria essa prova, posso dizer que depois de 3 etapas, me sai muito melhor do que eu imaginava.

3 medalhas, 3 conquistas

Tenho certeza que sai mais forte dessas provas, mentalmente falando.

Outra certeza é de que se não fosse meu trio de 6 e todos os outros malucos que me acompanharam, e me acompanham de alguma forma, eu não teria conseguido.

A gente nunca corre sozinho!

Bonde praticamente completo

Beijos
Paty B

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Paty B
Corredora amadora, viajante semi profissional.

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