Quando iniciamos algo baseado em grandes inspirações, a tendência é termos boas surpresas. Minha primeira vez foi assim…
No último ano muita coisa mudou em minha vida, em todos os âmbitos, e em certo momento, senti a necessidade de expandir, conhecer pessoas e coisas novas, dar mais espaço para o que gosto de fazer e, por que não, encontrar uma nova paixão.
Nesse processo, durante uma das minhas sessões de terapia discutimos alternativas e cheguei à conclusão que seria muito bom acrescentar uma nova atividade física em minha rotina. E aqui mais uma vez, aparece a duplinha que tanto acredito, psicologia e atividade física de mãos dadas (eu já trabalhava o equilíbrio mental e físico através do pilates, que já pratico há alguns anos).
Dentre as possibilidades, tive a impressão que a corrida atenderia ao que eu buscava e me daria a sensação de liberdade e força. Eu já acompanhava alguns amantes da corrida, como é o caso do pessoal aqui do CEC e bateu a curiosidade de experenciar essa atividade e com tanta inspiração, parti para a ação.
Tinha lido que “corrida é um esporte democrático, coloque um tênis, uma roupa confortável e comece”, foi isso que fiz. Encaixei na minha rotina, treinos três vezes por semana. Comecei com uma caminhada, seguida pelos primeiros trotes bem desengonçados, mas dispostos. Não correr sequer 1K, mas ter saído do lugar, já era algo bem animador para mim.
Durante meus treinos, sentia muitas dores nas pernas e era como se alguém apertasse um botão e os pensamentos surgiam “o que estou fazendo aqui?”, “por que fui inventar isso?”, mas havia um motivo para eu ter começado e não parar, além disso a sensação pós corridinha é maravilhosa, além de dar mais disposição e a mente ficar mais positiva e criativa.
Para aumentar minha responsabilidade em continuar, contei com a companhia da minha cunhada e me inscrevi em uma prova, cujo tema propunha exatamente o que eu queria da corrida nesse momento, a alegria.
Agora eu não poderia falhar nos treinos, não tinha a expectativa de correr o trecho todo, mas a ideia era a de fazer o melhor possível.
Na véspera minha ansiedade aumentou, pensei que não daria conta. Jamais imaginária que com intuito de correr, eu acordaria 5h da manhã de um domingo, em que a temperatura despencou e havia promessa de pancadas de chuva. Que metanoia!
Chegou o dia, e apesar de ter tido imprevistos e dormido mal, no horário marcado, levantei muito disposta, a expectativa de aproveitar da melhor forma aqueles minutos da minha manhã, com uma possível nova paixão, tomou o lugar da ansiedade.
As pessoas estavam animadas, dispostas, o parque era muito agradável, me integrei no clima. Eu não queria performance, não marquei tempo, nem velocidade, eu queria curtir, estava ali paquerando a corrida.
Poucos minutos depois da largada senti muitas dores, eu sabia que logo passaria, mas foi importante ter alguém ao meu lado me motivando, “melhor serem dois do que um” (gratidão Ju), depois o corpo foi ficando leve e a mente fluiu, passei a me divertir. A sensação de liberdade, de força e alegria que eu tanto queria foram encontradas pelo caminho e na chegada, a medalha que tem valor único e pessoal, simbolizou minha vitória.
Um amigo me perguntou se eu me via numa corrida há um ano e eu disse que não. Eu acreditava que correr não era para mim, que meu corpo não aguentaria, mas eu consegui.
Durante a prova, eu não corri de limitações e dos medos, eu corri para a oportunidade de viver algo novo e cheguei com a certeza que é possível continuar evoluindo.
A experiencia foi tão boa, que não sei o que aconteceu comigo, mas não resisti e já me inscrevi para uma próxima prova. É assim mesmo produção?
Abraços
Débora
