E quando temos grande expectativa sobre um objetivo ou desejo e somos impedidos de atingi-lo? Isso gera em nós um sentimento de impotência, uma frustração, não é mesmo?
Um exemplo comum entre corredores, são as temidas lesões, que muitas vezes interrompem ou retardam os processos de treinamento, além de poder causar uma preocupação com as questões envolvidas na recuperação.
Ao passar por uma situação dessas, o grande problema é não saber lidar com pensamentos e desejos que aparecem, muitas vezes movidos por agressividade, raiva, revolta, decepção, desanimo ou baixa autoestima.
Nesse caso, se nos basearmos em decepções e ressentimentos, agiremos com evitação, seja com desculpas para não voltar aos treinos ou afastamento por completo das corridas. Mas, ao evitar a possibilidade de situações parecidas, é possível que com o tempo, abandonemos os sonhos e esforços anteriores.
Mas, apesar de se apresentar desagradável num primeiro momento, quando superada, a frustração, pode contribuir de forma positiva com o nosso processo de amadurecimento, na medida em que desenvolvemos soluções e ações, nos tornamos mais flexíveis e, o resultado disso é o aumento do nosso repertório para lidar com as futuras adversidades.
Sabendo disso é possível abandonar a autocomiseração e aderir à uma postura de coragem, lembrar do sentido que nos move, lembrar dos nossos valores e agir.
Se a decisão for prosseguir, é preciso ampliar o olhar e entender essa fase como uma oportunidade de crescimento, que acontece com a aceitação da situação adversa, adaptação à nova realidade e ação a partir dos recursos disponíveis.
Uma boa alternativa é refletir como seria possível usar a situação ao nosso favor e readequar os planos e as expectativas, com senso de realidade. Nessa estratégia de enfrentamento, poderiamos ainda buscar respostas de como resolver a situação, quais atitudes tomar e o que pode nos trazer realização nessa situação. Ter clareza desses aspectos pode auxiliar no desenvolvimento de novos objetivos.
Vale lembrar que é necessário ficar atento, porque mais do que sentir-se incomodado ou desanimado, os níveis de decepção podem acarretar abalos emocionais mais severos e até servir como empecilho para a pessoa voltar a realizar algumas atividades. Questões mais profundas, podem ser trabalhadas com auxílio de um psicólogo.
Em terapia você poderá: identificar a frustração e suas causas, bem como o nível de suas expectativas; desenvolver a resiliência que é a capacidade de adaptação e recuperação; trabalhar questões de culpa quando o objetivo não foi alcançado por sua responsabilidade ou questões de injustiça quando a frustração veio por motivos externos.
Ficar pensando na situação frustrante não te movimentará, procure atentar na solução e ter pequenos atos corajosos. Lembre-se que nem tudo depende de você, mas que você pode mudar o roteiro da sua história, aceitando o que não pode mudar e vencendo os obstáculos possíveis. Extraia da frustração, a motivação necessária para superar e seguir e gradualmente atinja o que planejou.